Em um país onde a falta de água e luz em universidades públicas virou rotina e o orçamento para saúde e educação enfrenta um corte bilionário, a elite política não perde o ritmo. A Universidade Federal do Rio de Janeiro, que deveria ser um símbolo de excelência, agora é um retrato da precariedade, enquanto a inflação galopa e alimentos básicos pesam cada vez mais no bolso do trabalhador.
Mas nada disso parece abalar o glamour do “janjapalooza”. Com sorrisos largos e samba no pé, Janja e Benedita da Silva desfilam em eventos financiados pelo dinheiro público. Afinal, enquanto a população ajusta seu orçamento para pagar o arroz e o feijão, o espetáculo precisa continuar. Nada como um bom show para distrair os olhos atentos da crise.
O paradoxo é quase poético. O país assiste a um espetáculo de descaso com seus serviços básicos, enquanto a elite política dança ao som do samba da prosperidade pessoal. No final, quem paga a conta — do samba e da crise — é o contribuinte.