Se sempre se posicionou como um país imperialista, expresso já em seu Destino Manifesto, os Estados Unidos tiveram alguns pontos e momentos determinantes para esta ação e posição, as aumentando consideravelmente. A primeira política americana a assumir uma postura imperialista foi a Doutrina Monroe, na qual ficava proibida a criação de novas colônias europeias no continente americano. Devendo estas ser comandadas pelos povos destes locais, pelos americanos.
Embora ainda não fosse diretamente uma ação ou colocação imperialista, já havia resíduo, um caldo de expansão de dominação política. A qual ficaria mais expressa no final do século XIX, quando o país passa a se tornar imperialista com mais força. E amparados também na doutrina citada. Após a guerra hispano americana, que transferiu a soberania das Filipinas, Porto Rico e Cuba para os Estados Unidos, o país começava a assumir tal postura. Que ficou muito clara no começo do século XX, com a política do Big Stick; encabeçada pelo presidente Theodore Roosevelt.
Fazendo um corolário a Doutrina Monroe, Roosevelt adicionava que, agora, não apenas os europeus não poderiam mais fazer intervenções políticas no continente americano, como também os Estados Unidos seriam o único país a possuir tal direito, o que seria decisivo na política do país para o resto da América ao longo do século XX. Roosevelt até tentou desestabilizar e interferir na política de países sul americano, sem sucesso. Tal intervenção, como pensada, só ocorreria décadas mais tarde, no contexto da Operação Condor. Porém, na América Central, a realidade foi bem diferente, tendo constantes intervenções a partir do governo Theodore Roosevelt.
Os quais davam aos EUA o fortalecimento de seu processo de expansão e domínio político no continente americano. Baseado num forte uso da força e no fortalecimento do exército. A partir daí o exército americano começa a se fortalecer e estar mais presente em diversos lugares. Isto determinou uma nova postura dos Estados Unidos no cenário internacional, marcando sua expansão imperialista, especialmente na forma de influência política. Que, neste primeiro momento, estava voltada para a América Latina, principalmente para a América Central. Onde o país interferiria constantemente nos anos e décadas seguintes. Podem ser vistos principalmente golpes na Nicarágua. E também uma as conspirações levantadas para promover a separação entre a Colômbia e o Panamá, tornando o último um país independente. Para suprir o interesse americano de construir um canal, o Canal do Panamá, o governo dos EUA fomentou e apoiou grupos separatistas na região.
Com esta postura Roosevelt colocava esta como a principal forma de ação política americana. Que, em seu governo ficou conhecida como Big Stick, ou seja, política do porrete grande. Ganhou este nome por uma frase do presidente, que dizia a diplomacia ter uma fala macia e um grande porrete na cintura para ir longe, ter sucesso. Através destas medidas, acabou por consolidar não apenas uma maneira de ação do governo, como também marcou profundamente a história do continente americano, se tornando uma figura conhecida e comentada já em sua época, especialmente entre autores latino-americanos.
Destes, podem ser destacados Ruben Dario, nicaraguense, e Euclides da Cunha, brasileiro. Com comentários e pensamentos diferentes, mas sempre direcionados para Theodore Roosevelt. Ruben Dario lhe faz uma forte crítica em seu poema “A Roosevelt” onde o chama de caçador, semelhante à Nemrod, juntando o culto de Hercules e Mamon, futuro invasor da América ingênua. E que lhe faltava Deus. Já Euclides em seu artigo “O ideal americano” o considera um estilista medíocre, que está fazendo um trabalho expansionista baseado em um ideal pequeno, que fazia um desenho fraco e ruim da política. Defendia então, que o Brasil deveria absorver a postura e habilidades de Roosevelt, mas para fazer seu desenho e expansão política, que seria melhor e mais bem feito que o do presidente americano.
O Big Stick foi uma política que foi implantada então como mais um passo no imperialismo dos EUA. Um dos mais decisivos, pois a partir dali muitas de suas organizações e disposições foram montadas, especialmente em relação ao exército. Tanto na maneira de atacar e interferir na política dos países da América Latina quanto na determinação de que somente estes poderiam interferir militarmente nestes países. O que foi quebrado principalmente no caso de Cuba após a Revolução. Mas ainda mantém uma posição e uma organização forte, dando enorme poder aos ianques e basicamente hegemonia política em todo o continente.
É algo que reflete os problemas políticos daqui, dando pouco poder aos países frente uma dominação tão forte. O que só poderá ser diminuído com mais afirmação política e enfrentamento. Não será pequeno ou fácil, mas o jogo está colocado. Ainda baseado na questão do Big Stick, a política externa americana segue seu jogo. Se colocando com força, outros países da América poderão enfrentar, embora seja difícil. Mas há outras maneiras de se firmar politicamente além dos porretes.
O texto acima expressa a visão de quem o escreveu, não necessariamente a visão da Agência 2CNews. Não corrigimos erros ortográficos de colunistas.