No caso do Tricolor, tivemos um muito visível caso de personalismo no treinamento do time. Que é Renato Portaluppi, craque do time jogando nos anos 1980, ponta direita no mundial de 1983 e peça chave na conquista da Libertadores 2017 como treinador. Deu ao Grêmio títulos importantíssimos em sua história, portanto. Jogando e treinando. Após alguns períodos de baixa no time, sua vinda em 2016 trouxe uma nova era de ouro ao time. Tendo usado muito da base e da organização do time formada por Roger Machado, conseguiu aperfeiçoar e conduzir muito bem o material que tinha.
Até o ano 2019 foi muito bem, tendo tido o auge em 2017, pelo motivo já citado. Teve grandes momentos de glória novamente e reafirmou a imagem e valor que tem dentro do time, criando um personalismo muito forte, sendo associado como a principal figura gremista, tendo até muito mais poder do que os treinadores de futebol têm dentro dos clubes. O que teve ótimos momentos, mas até ali começou a ficar mais fraco. Mas, com sua saída em 2020 e retorno em 2021, o time ficou mais em baixa ainda, passando por bastante dificuldade e um time bastante mais fraco. Sua volta em 2021 tentou reerguer o time, mas não conseguiu. Levando até sua queda para a série B no final daquele ano.
Desta volta para 2024, não teve Renato tão grandes feitos no Grêmio. Organizou suficientemente bem o time para subir para a série A em 2023. Naquela temporada manteve o treinamento em seu padrão comum, mas tinha um grande coringa consigo que era o jogador uruguaio Luís Suarez. Um dos maiores jogadores deste tempo, talvez de todos, deu uma força e um ataque ao Grêmio que lhe colocou acima da média. Renato coordenava a equipe, mas Suarez levava nas costas o time, compensando os demais. O uruguaio foi considerado o melhor jogador do Brasileirão 2023, tendo tido grandes momentos, como a virada em cima do Botafogo. E foi um dos fatores principais para o Grêmio ser vice campeão brasileiro e ter entrado para a Libertadores 2024.
Mas o ano de 2024 a questão foi bem diferente. Com a saída de Suarez ficou um buraco no time, que contava com bons jogadores, mas ficara mal organizado. Teve alguns fortes neste período, como Braithwaite, Soteldo e Villasanti, o último já mais antigo, mas um grande nome, garantindo um pouco de meio campo. Foi muito cambaleante ao longo de 2024, saindo da Libertadores e, por pouco, conseguindo vaga na Sul Americana 2025. Quase caiu em diversos momentos, ficando em bastante delicada posição. Ainda conseguiu vaga em campeonato o que, naquele contexto, não foi algo pouco. Mas está bastante aquém do que foi em 2023, pela falta de organização e de craque.
Neste período ficou muito forte uma convicção de desgaste de Renato, muito associado a uma péssima presidência de Alberto Guerra. Fraco e incompetente o presidente não tomou grandes medidas e não soube presidir o Grêmio. Ainda que seja este o maior problema do time atualmente e ele tenha garantido a dele, fazer a troca de técnico pode de fato trazer algum arejamento, algumas novidades para o time. Primeiro quase trouxeram Pedro Caixinha, ex técnico do Bragantino, mas não fecharam. Agora fechou Gustavo Quinteros, técnico argentino-boliviano, tendo ampla passagem por times destes países e alguns do Oriente Médio, bem como de outros países da América Latina. Mudanças em si podem ser boas ou ruins. Ver o que tempo dará ao Grêmio com este técnico.
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