Como a base da organização e ordenamento social, é o estado um ente onipresente, o qual está, direta ou indiretamente, presente em todas as relações sociais, especialmente pelas vias políticas, jurídicas e militares, tendo o monopólio formal das duas últimas. Nisto, detém as formas de como é organizada a sociedade, fazendo com que tenha controle sobre como são. É uma entidade, a mais forte delas, que organiza formalmente relações sociais, também dizendo o que é ou não permitido em seus códigos de leis.
Por ser esta base social tão forte, é sempre ele também associado com uma ampla gama de defesa de interesses, de variadas naturezas. Por ter poder de lei, quando uma é baixada faz com que suas medidas sejam aplicadas em sua respectiva sociedade, lhe dando impacto imediato e profundo. Também pela forma política do estado ele pode tomar diferentes formas de governabilidade, profundamente influenciada pelas suas figuras de poder. Podendo ser democrático ou não. Focando nos chamados estados democráticos, tentando concretizar a abstrata ideia de democracia, podemos pensar em formas dela. A do voto, é chamada de representativa. Pois é diretamente baseada na representação dos eleitores e seus interesses por parte dos eleitos, os quais farão uso do poder político lhes imbuído para fazer medidas que concretizem as razões pelas quais votaram neles.
É a mais praticada e usada. Porém, existem algumas outras, como a participativa, na qual os cidadãos individualmente participam também de processos políticos, fazendo assim um poder mais próprio, baseados em seus interesses e convicções. Há uma outra, talvez a mais interessante, que é chamada de associativa. Na qual interesses de grupos ou alguma forma de coletividade são representadas por associações, formadas por pessoas que querem fazer tais questões. Estas formas de democracia, além de mais densas, não necessariamente excluem a representativa. Pois é possível manter a representação política ao mesmo tempo em que se usam de associações e de movimentos para mobilização mais externa e assim também usar como poder político.
Porém a participativa e especialmente a associativa possui em si um caráter especial. Que é a expressão própria de seus grupos, os quais se organizam e usam suas ideias para além do estado, se tornando uma força própria e uma coletividade sólida. Posteriormente, como sempre faz, o estado faz associação com tais grupos, podendo baixar leis ou mudar algumas questões do ordenamento social relacionadas. Porém é um tanto mais limitado, ficando mais reproduzindo as demandas sociais já apresentadas.
Neste aspecto, as diversas entidades, forças políticas e mobilizações se tornam em si mais potentes e transformadoras que a ação estatal. Pois carregam a ideia mais simples, voltada para que haja mais direta e forte transformação, sendo uma genuína força, que mobiliza e pode mudar as coisas. As associações e entidades, tendo em si este poder, fazem com que haja maior pressão e mobilização para com o estado, trazendo novas ideias e forças, mudando e readaptando sua burocracia.
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