A constatação de Aristóteles de que o homem é um animal político nos dá a dimensão do quão emaranhado e transversal às questões humanas são as decisões e atitudes políticas na humanidade. Tudo que ocorre e que acontece ou é uma ação política direta ou gera impactos e questões políticas. Nas questões religiosas também assim acontece. Todas as religiões seja cristianismo, judaísmo, islamismo, hinduísmo ou outras possuem também algum forte aspecto político. Vendo mais diretamente as políticas no cristianismo, a mais professada no mundo, cada uma de suas vertentes possui algum tipo de aspecto político direto. A mais lembrada é a da Igreja Romana, que teve e ainda tem imenso impacto político ao redor do mundo. Mas as protestantes também geram política e organização social onde passam.
No espiritismo não é isto diferente, tendo também muitas questões políticas internamente. Nossa vertente política é, antes de tudo, o bem estar e dignidade comum e coletiva, estendida para toda a gente. Como uma vertente cristã que prega e coloca diretamente a existência e características dos espíritos, faz-se importante que se veja a organização política para melhor organização social dos espíritos encarnados. Ainda que estejamos em processos de passagem, faz-se importante que se organize a sociedade e o bem estar comum para a melhor qualidade social, que seja a encarnação algo bom e positivo para todos.
Em questões políticas, há alguns importantes pontos no espiritismo. Alguns autores que se debruçaram sobre a questão da política do espiritismo, podendo se destacar Ailton Paiva, que colocou posturas e questões políticas nos centros espíritas. Os quais têm sua grande importância por ser o local onde se fazem as principais questões religiosas e sua organização, o impacto direto na vida das pessoas. Quando fora do centro, pode-se ter mais fortemente as questões partidárias, baseadas naquilo em que se acredita e se quer. Pois a questão partidária na política formal torna-se a combinação e as decisões que geram a política, em sua maior forma e força.
Nos centros, entretanto, deve-se tentar afastar as questões partidárias, pelo menos de maneira direta. O que não significa desprezar ou desconsiderar as ideologias e as formações políticas, mas sim tentar-se ir além, aprofundar as questões e problemas para além do partidarismo mais direto, buscando-se entender e enfrentar tais questões de maneira mais direta, usando-se diretamente da questão e da força do espiritismo para isto. Ao se orientar pessoas nos centros, vendo quais são seus problemas, pode-se de maneira melhor se fazer algumas políticas ou mesmo orientá-las para que achem alguns caminhos e com isso se façam novas orientações e exigências na política, mesmo a partidária.
Nesta composição, ao se ter mais entendimento político, também de como isto impacta diretamente as pessoas presentes em centros espíritas, se permite com que haja outras ideias e alguns embriões para que se hajam ações políticas diretas, mesmo ações sociais em diversos sentidos. Fazendo-se isto, consegue-se com que se tenham algumas formas distintas de organização e ação política, garantindo-se maior interferência em outras áreas politicamente. Politicamente, é uma das formas de se organizar as encarnações e formas de viver.
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