Não sendo uma coisa material, sendo antes disto quase algo metafísico, o espírito é algo interno em vários sentidos, pois está dentro dos corpos e possui aspectos diferentes deste; e também é algo que tem suas próprias propriedades, como períspirito e ectoplasma, ambas as propriedades imateriais destes. Assim sendo, tais maneiras de ser fica ele além da materialidade. Não está dela desligado, uma vez que estando encarnado depende do corpo, que é um objeto material, bem como parte vital do ser.
Nesta forma de se ser, o espírito torna-se algo que vive uma vida que possui fortes relações com a matéria, logo também com o material, mas carrega consigo suas próprias características. Não é algo imutável, até por estar em constante evolução, também sofrendo fortes influências externas. Tanto daquilo que é externo, questões e imposições da matéria, mas principalmente da ação de outros espíritos, individuais ou coletivos. Que também são imateriais, mas estão-nos mesmos processos que os demais espíritos. Assim sendo, o espírito possui sua ontologia, suas características essenciais que lhe torna o que é. Por ser ontológico é sua essência mais básica, assim não se alterando. No entanto, muitos de seus pensamentos, questões e mesmo formas de ser tornam-se muito influenciadas por outros espíritos, suas ações e ideias.
Assim sendo, o espírito é essencialmente uma entidade interna, que tenta encontrar materialização destas nas coisas externas. Muito do que temos internamente se busca a concretização no externo, naquilo que melhor reflita aquilo por dentro ou que disto chegue o mais próximo possível. O que determina as alterações e ações que fazemos no externo, baseado no nosso interno. Tal internalidade é a própria manifestação espiritual, que se coloca e se realiza desta forma, fazendo com que o que está fora torne-se algo mais próximo do que queremos internamente.
Devido as obscuridades e mistérios dos espíritos em si, normalmente o que é externo não se torna igual ao interno, sendo uma reprodução imperfeita. Embora também seja possível idealizar no externo algo nosso interno, fazendo com que o objeto remeta a algo que queremos. Nisto, o externo toma formas e funções diferentes, embora esteja sempre relacionado para com o interno, fazendo com que a base nossa seja o espírito, que é nossa entidade mais profunda e mais interna. A base interna, ainda que muito influenciada pelo externo, embasa o ser, que passa a ser e viver suas próprias características, ver a vida de sua forma. Assim é a unidade básica do ser, sua ontologia. Espiritualmente, somente a melhor percepção possível deste lhe dá alguma capacidade de se entender e saber o que se é. E a internalidade é a fonte primária disto, exercendo influências sobre indivíduos e sobre coletividades, dependendo do tamanho que atingir.
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