Em meio a números positivos que colocam o Distrito Federal na menor taxa de homicídios desde 1976, o aumento expressivo de feminicídios preocupa autoridades e exige ações mais contundentes para proteger as mulheres.
O Distrito Federal alcançou em 2023 a menor taxa de homicídios dos últimos 47 anos: foram registrados 9,1 casos por 100 mil habitantes, totalizando 259 vítimas. Os Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) também apresentaram queda de 1,4% no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2022, atingindo os níveis mais baixos dos últimos 24 anos. A redução de casos é celebrada pelo governo, que atribui o feito às políticas públicas de segurança e à atuação firme das forças policiais.
No entanto, a violência de gênero segue como um ponto crítico. Os casos de feminicídio quase triplicaram no mesmo período, passando de 6 para 20 registros em apenas seis meses. O dado lança luz sobre uma realidade preocupante: mesmo com a diminuição geral da criminalidade, as mulheres continuam sendo vítimas de crimes letais com base em gênero.
Celina Leão, vice-governadora, e o governador Ibaneis Rocha têm reiterado que o combate ao feminicídio é uma prioridade. Ambos vêm batalhando diuturnamente para diminuir os casos e fortalecer as políticas de proteção às mulheres no DF. “O aumento dos feminicídios é inaceitável e precisa ser combatido com toda a força do Estado”, declarou Celina Leão em recentes entrevistas.
Apesar das estatísticas positivas em outras frentes, 62,6% da população ainda percebe um aumento na criminalidade no Distrito Federal nos últimos 12 meses, conforme pesquisas de percepção pública. Essa percepção contrasta com os dados oficiais, mas reflete a insegurança sentida, especialmente entre as mulheres.
Especialistas apontam que a firmeza na aplicação da lei tem sido crucial para os avanços no combate aos homicídios, mas reforçam a necessidade de ampliar programas de prevenção, acolhimento e proteção às vítimas de violência doméstica. O governo do Distrito Federal (GDF) reconhece que o aumento dos feminicídios é uma grande preocupação e, diante do cenário, promete intensificar as ações preventivas e repressivas, buscando reduzir significativamente os casos nos próximos meses.
A luta pela segurança das mulheres no DF segue urgente e demanda esforços coordenados entre governo, sociedade e forças policiais. Se de um lado os números de homicídios gerais trazem esperança, de outro, os feminicídios exigem respostas imediatas e eficazes.
