A Black Friday 2024 promete movimentar o varejo brasileiro com projeção de R$ 9,3 bilhões em vendas online, segundo a Confi.Neotrust. Com crescimento estimado em 9%, o e-commerce segue consolidando sua relevância no calendário comercial. No entanto, enquanto o consumo impulsiona o setor, gargalos logísticos continuam sendo um desafio significativo, especialmente durante o aumento sazonal de demandas. Em 2023, problemas de entrega foram responsáveis por 34,5% das reclamações no Reclame Aqui, destacando a necessidade de aprimoramentos no setor.
A automação logística tem se mostrado uma solução viável para lidar com esses desafios. Empresas como a BV Magazine demonstram como a tecnologia pode transformar a gestão de entregas. Ao adotar plataformas que automatizam o ciclo de fretes e otimizam rotas, a empresa reduziu custos em até 50% e melhorou a experiência do cliente. Segundo Marcelo Martins, CEO da DATAFRETE, a transparência e a eficiência nas entregas são fatores indispensáveis para fidelizar consumidores em um mercado cada vez mais competitivo.
Apesar do crescimento expressivo do e-commerce no Brasil nos últimos anos, o setor enfrenta obstáculos estruturais. O modal rodoviário, predominante no transporte de cargas, eleva custos operacionais e compromete a pontualidade das entregas. Além disso, o alto endividamento das famílias brasileiras limita o poder de compra, enquanto fraudes financeiras continuam sendo um risco considerável nas transações digitais. Esses fatores exigem criatividade dos players para otimizar processos e aumentar a confiabilidade.
O uso de dados para personalizar estratégias e criar estoques avançados é uma tendência em ascensão. Esses pequenos centros de distribuição, adaptados às necessidades regionais, ajudam a reduzir prazos de entrega e aproximam empresas dos consumidores. Para Ana Paula Tozzi, CEO da AGR Consultores, o setor também se beneficia da maturidade crescente do mercado e da entrada de novos players, que intensificam a competição e impulsionam inovações.
Embora ainda enfrente desafios, como infraestrutura deficiente e questões tributárias complexas, o ambiente de negócios no Brasil tem evoluído. A reforma tributária, por exemplo, deve reduzir os entraves fiscais das vendas interestaduais. Com investimentos estratégicos em logística, segurança e tecnologia, o e-commerce brasileiro pode continuar expandindo e consolidando sua posição como um dos principais motores do varejo nacional.