O reajuste do salário mínimo para 2025, previsto inicialmente em 8,22%, pode sofrer alterações significativas caso o Projeto de Lei 4614/24, enviado pelo governo à Câmara dos Deputados, seja aprovado. Segundo a regra vigente, o cálculo considera o INPC acumulado em 12 meses e o crescimento do PIB de dois anos antes, o que elevaria o valor dos atuais R$ 1.412 para R$ 1.528. Porém, a nova proposta limita o ganho real a um intervalo entre 0,6% e 2,5%, podendo reduzir o salário mínimo para R$ 1.518.
O governo justifica a mudança como uma estratégia para conter gastos públicos e ajustar o orçamento às regras do arcabouço fiscal, que limita o crescimento das despesas federais. No entanto, a medida tem gerado críticas de setores que defendem maior valorização do piso salarial. Benefícios previdenciários, seguro-desemprego e abonos salariais, atrelados ao mínimo, também seriam diretamente impactados. A diferença de R$ 10 no valor final pode parecer pequena, mas reflete disputas maiores entre prioridades fiscais e sociais.
Além disso, a revisão recente do PIB de 2023, de 2,9% para 3,2%, aumentou a pressão para repensar o orçamento de 2025. O governo terá que ajustar as projeções, uma vez que o PL Orçamentário enviado ao Congresso considerava índices menores. Enquanto isso, o debate sobre o reajuste do salário mínimo continua em pauta, refletindo os desafios de equilibrar contas públicas e garantir ganhos reais para os trabalhadores.