O número de brasileiros detidos na fronteira dos Estados Unidos apresentou uma queda de 20% entre janeiro e setembro de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023. Dados do Serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP, na sigla em inglês) mostram que 22.936 cidadãos brasileiros foram apreendidos este ano, contra 28.657 no ano anterior. A informação foi levantada pela AG Immigration, escritório especializado em imigração e green cards.
Segundo o levantamento, o Brasil ocupa o 17º lugar no ranking de países com mais cidadãos flagrados tentando atravessar a fronteira dos EUA. México, Venezuela e Haiti lideram a lista, com 466 mil, 165 mil e 158 mil apreensões, respectivamente. A redução no número de brasileiros detidos reflete as políticas mais rígidas implementadas pelo governo Biden, que endureceu o controle fronteiriço em resposta à crescente pressão migratória e às críticas da oposição, que acusava a administração democrata de ser permissiva com os imigrantes.
Entre os brasileiros flagrados este ano, 13,2 mil eram adultos viajando sozinhos, enquanto 9,5 mil pertenciam a unidades familiares, compostas por ao menos um menor de idade acompanhado por um responsável. Além disso, foram registradas 130 apreensões de menores desacompanhados e 12 casos de crianças acompanhadas por adultos que não eram seus responsáveis legais. Essa realidade expõe os desafios enfrentados por famílias e crianças na tentativa de imigração.
De acordo com Leda Oliveira, CEO da AG Immigration, muitos menores que fazem a travessia sozinhos ou se separam dos responsáveis acabam sendo recebidos por parentes ou conhecidos já residentes nos EUA. A advogada destacou que, além das condições extremas nas rotas migratórias, o endurecimento das regras na fronteira contribui para dissuadir a imigração irregular, mas também demanda maior atenção às questões humanitárias e ao acolhimento de vulneráveis.
