A Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro (OSTNCS) está de volta ao lugar onde tudo começou. Após 10 anos longe de casa devido à interdição do Teatro Nacional, o grupo se reencontra com o palco da Sala Martins Pena, o primeiro espaço do teatro a ser restaurado pelo Governo do Distrito Federal (GDF). O retorno coincide com um marco especial: os 45 anos de fundação da orquestra, celebrados em 2024.
O reencontro com o espaço de origem traz um sabor especial de nostalgia e emoção para os músicos. “Foi uma tristeza sair, mas, ao mesmo tempo, é emocionante voltar. Esse teatro é a nossa casa”, afirma Lilian Raiol, spalla da orquestra há 19 anos. Lilian relembra o impacto do momento em que decidiu fazer da OSTNCS sua missão de vida: “Quando entrei na Sala Villa-Lobos, durante um festival da Escola de Música, pensei: ‘é aqui que quero ficar’. Estar na orquestra é a realização de um sonho, e voltar ao teatro é como realizar outro”.
Desde a última apresentação oficial, em dezembro de 2013 — quando a orquestra executou a Sinfonia nº 9, de Beethoven —, o grupo precisou encarar uma década de itinerância, circulando por diferentes espaços da capital federal. Agora, o retorno simboliza mais do que uma simples volta ao lar: é a reconexão com um patrimônio cultural histórico de Brasília.
Fundada em 6 de março de 1979, sob a regência do lendário maestro Claudio Santoro, a orquestra conquistou um lugar de destaque no cenário cultural brasileiro. Em meio às celebrações de 45 anos, o retorno ao Teatro Nacional marca um novo capítulo para o grupo, que retoma seu papel de protagonista na sala que ajudou a consagrar.
A restauração do Teatro Nacional, conduzida pelo GDF, vem sendo um pedido recorrente da sociedade brasiliense e da classe artística. A entrega da Sala Martins Pena, além de devolver à orquestra seu lar histórico, é um sinal de avanço para o retorno completo das atividades do complexo, que inclui ainda as salas Villa-Lobos e Alberto Nepomuceno.
“A orquestra é uma parte da alma cultural de Brasília, e voltar ao teatro é muito simbólico. Esse palco nos pertence, e nós pertencemos a ele”, resume emocionada Lilian, sintetizando o sentimento compartilhado por seus colegas músicos e pelo público fiel.
Com uma temporada de retorno que promete ser marcada por apresentações vibrantes, a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro celebra não apenas seu passado glorioso, mas também o futuro promissor que se abre diante dela. Afinal, 2024 será, mais do que nunca, um ano para se ouvir música e bater palmas em casa.