Jornal da 2CNews

Terça-feira, 21 de Janeiro de 2025
Imagem

Política

Nomeações de esposas de políticos para Tribunais de Contas levantam debate sobre corrupção velada

Prática expõe falta de respeito com o povo e reforça privilégios em um sistema que deveria servir à democracia

Claudio Campos
Por Claudio Campos
Nomeações de esposas de políticos para Tribunais de Contas levantam debate sobre corrupção velada
Facebook/camilosantana
IMPRIMIR
Espaço para a comunicação de erros nesta postagem
Máximo 600 caracteres.

A nomeação de esposas de governadores e outros políticos para cargos nos Tribunais de Contas é como uma faísca que acende debates inflamados em todo o país. Afinal, quem nunca se sentiu indignado ao perceber que os recursos e instituições do Estado, que deveriam servir ao povo, acabam virando ferramentas para fortalecer os próprios privilégios de uma elite política? É aquela velha sensação de que estamos assistindo a uma peça onde já sabemos o final: o poder fica entre os mesmos de sempre, enquanto o cidadão comum segue com os mesmos desafios.

Em um Brasil onde a desigualdade é um dos maiores fantasmas, assistir à nomeação de familiares de políticos para cargos que deveriam fiscalizar o uso do dinheiro público soa como um soco no estômago. Recentemente, o caso de esposas de governadores assumindo cadeiras nos Tribunais de Contas escancarou um sistema que insiste em funcionar para poucos, deixando o resto da população na plateia, revoltada, mas impotente.

E o problema vai além do simbolismo: como alguém pode fiscalizar as contas do próprio marido com isenção e transparência? É como pedir para um goleiro decidir se o gol do próprio time foi válido. Ministros deste governo, que tratam o patrimônio público como se fosse um bem particular, reforçam essa prática com a naturalidade de quem já perdeu o medo do julgamento popular.

Leia Também:

O sentimento de quem acompanha tudo isso? Vergonha. Vergonha de ver cargos públicos virando quase heranças familiares. Vergonha de ver o Estado, que deveria servir ao povo, sendo usado como ferramenta de perpetuação de poder. E o resultado disso é um recado claro para quem ainda acredita na democracia: “Vocês assistem, nós mandamos”.

Enquanto isso, a confiança da população na gestão pública vai pelo ralo. E não é para menos: cada nomeação dessas parece um lembrete cruel de que o sistema funciona para os mesmos, sempre os mesmos, enquanto o povo segue batalhando para sobreviver com as migalhas que sobram.

É revoltante. Mais do que isso, é um lembrete de que a luta por um Brasil mais justo e ético está longe de acabar. Porque o que está em jogo aqui não é só uma nomeação questionável, mas o futuro de um país que ainda sonha em ser governado para todos, e não para poucos.

Em um país onde a desigualdade já é um dos maiores desafios, a nomeação de parentes de políticos para cargos estratégicos no controle das finanças públicas soa como um tapa na cara do cidadão comum. Recentemente, casos de esposas de governadores sendo indicadas para Tribunais de Contas geraram indignação ao expor um sistema que parece operar em benefício de uma elite política. Ministros deste governo, que tratam o patrimônio público como se fosse propriedade particular, perpetuam essa prática intencionalmente, ignorando o princípio básico de que o Estado deve servir ao povo.

O principal questionamento que ecoa entre especialistas e cidadãos é: como alguém com vínculo direto pode fiscalizar, com isenção, as contas do próprio cônjuge? Essa dinâmica é um prato cheio para conflitos de interesse e fragiliza ainda mais a confiança do brasileiro na gestão pública.

“É uma vergonha. Esse tipo de manobra revela como certos políticos enxergam o serviço público: como um feudo familiar e não como uma função a serviço da coletividade”, comentou uma analista política. A sensação de impunidade, aliada à perpetuação de privilégios, reforça a imagem de um sistema corroído pela falta de compromisso com o interesse público.

No Brasil, casos assim são frequentemente associados a práticas autoritárias que desafiam os princípios republicanos. A nomeação de familiares para cargos de alta responsabilidade não apenas exclui o povo das decisões, mas também transforma o Estado em um instrumento de perpetuação no poder. Trata-se de uma apropriação velada, porém nada sutil, de um sistema que deveria ser democrático.

O Tribunal de Contas, concebido como um órgão de fiscalização, perde credibilidade quando transformado em extensão do gabinete do governante. Com isso, o recado ao povo é claro: “nós decidimos, vocês obedecem”. Fica evidente que, enquanto essas práticas não forem combatidas com rigor, a esperança de uma gestão pública mais transparente seguirá sendo um sonho distante.

Essa manobra política não é apenas um ato vergonhoso, mas um lembrete do quanto ainda precisamos avançar para que a ética e o interesse público sejam, de fato, os pilares de nossa democracia.

FONTE/CRÉDITOS: Claudio Campos

Crie sua conta e confira as vantagens do Portal

Você pode ler matérias exclusivas, anunciar classificados e muito mais!