Se a intenção era celebrar a "vitória das instituições" sobre os "golpistas" do fatídico 8 de janeiro, o resultado foi um fiasco que deixou o presidente Lula (PT) em maus lençóis. O ato convocado para esta quarta-feira (8) ficou marcado pelo esvaziamento, discursos repetitivos e uma gafe que beirou o inacreditável. Enquanto Lula defendia seu governo e a ideia de "sem anistia", o povo parecia dizer: sem paciência.
Longe de ser um momento de união nacional, o evento virou palco de demagogia, constrangimento e reforçou a desconexão entre o presidente e a sociedade brasileira. Nem mesmo os petistas mais fervorosos conseguiram disfarçar o desconforto diante de discursos que não cativaram. Lula, mais uma vez, provou que está governando para poucos — ou para ninguém.
Na Praça dos Três Poderes completamente vazia, com menos de 1.6 mil militantes do PT, o presidente Lula tentou transformar o ato de 8 de janeiro em um marco de resistência democrática. Tentou. Porque, ao que tudo indica, a narrativa de "vitória das instituições" não pegou entre a população. Afinal, enquanto o governo celebra, senhoras, jovens e até idosos continuam amargando prisões que muitos enxergam como injustas. E o grito de "sem anistia", repetido como um mantra pelos aliados de Lula, só reforça a sensação de que há mais demagogia do que justiça nessa história.
Como se não bastasse o esvaziamento, o presidente ainda conseguiu sair do evento menor do que entrou. Em um momento que parecia improvisado, Lula decidiu bancar o "analista de relacionamentos" e soltou a pérola de que "os homens amam mais as amantes do que as esposas". Machismo, misoginia ou só mais uma gafe desnecessária? O fato é que o comentário causou constrangimento geral, especialmente para a primeira-dama, Janja, que já enfrentava críticas pelo figurino e pela postura no evento.
No final das contas, Lula poderia ter ido dormir sem esse vexame. O que era para ser um evento de impacto virou um episódio patético, com o presidente isolado, um público desinteressado e uma narrativa que simplesmente não colou. Entre a vergonha alheia e o descompasso com o povo, fica a sensação de que Lula, o presidente sem povo, precisa urgentemente repensar sua conexão com a sociedade brasileira. Porque, até agora, o único grito que se ouve é o de um governo falando sozinho.