O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quinta-feira (28) um plano de revisão rigorosa dos principais programas sociais, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). A iniciativa busca corrigir incompatibilidades nos cadastros e combater fraudes, garantindo que apenas quem tem direito aos benefícios seja atendido. “Vamos passar a limpo o conjunto de medidas saneadoras dos cadastros em um prazo menor do que o previsto inicialmente”, afirmou o ministro.
Entre as ações previstas, Haddad destacou a implementação da biometria e a antecipação dos prazos de recadastramento para todos os programas sociais. Ele ressaltou que o acompanhamento dos beneficiários será realizado de forma mais criteriosa, especialmente após inconsistências identificadas nos últimos meses. No caso do BPC, foi identificado um excesso de R$ 7 bilhões no Orçamento, o que motivou a necessidade de maior transparência e controle, sem alterações nos critérios de elegibilidade.
A revisão das despesas obrigatórias, iniciada em agosto, já está inserida na peça orçamentária de 2025 e tem como meta uma economia de R$ 25,9 bilhões. Haddad enfatizou que a medida será fundamental para otimizar o uso dos recursos públicos em programas sociais, sem prejudicar a assistência à população vulnerável. “Não vamos mudar o conceito dos benefícios, mas precisamos de clareza e visibilidade para garantir o bom andamento desses programas”, declarou.
Com o pente-fino, o governo busca não apenas fortalecer a credibilidade dos programas sociais, mas também contribuir para o ajuste fiscal. A revisão faz parte de um pacote mais amplo de medidas de controle de gastos, que prevê uma economia total de R$ 71,9 bilhões nos próximos dois anos. A antecipação do recadastramento e a adoção de tecnologias como a biometria refletem o compromisso do Executivo em garantir maior eficiência e justiça na distribuição dos benefícios.