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Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2025

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Governo corta verba para desastres climáticos em ano de crise ambiental e COP30 no Brasil

Redução de R$ 200 milhões no orçamento destinado à gestão de riscos e desastres ambientais contrasta com discurso de comprometimento com o clima e a Amazônia

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Por Jornal 2CNews
Governo corta verba para desastres climáticos em ano de crise ambiental e COP30 no Brasil
Agência Brasil
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Em meio a uma das maiores crises climáticas da história recente, o governo federal decidiu cortar R$ 200 milhões da verba destinada ao programa de gestão de riscos e desastres ambientais em 2025. A medida, anunciada no mesmo ano em que o Brasil sediará a COP30, em Belém, lança dúvidas sobre a real prioridade dada ao clima e à preservação ambiental no país.

O Brasil, palco de tragédias climáticas recentes como enchentes no Rio Grande do Sul, queimadas recordes no Pantanal e seca histórica na Amazônia, terá um orçamento mais enxuto para lidar com desastres ambientais em 2025. O programa federal, que já não nada em abundância financeira, verá seu orçamento reduzido de R$ 1,9 bilhão para R$ 1,7 bilhão.

A decisão, oficializada na proposta de Lei Orçamentária Anual, ocorre no mesmo ano em que o governo brasileiro ostentará o protagonismo mundial ao sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), marcada para novembro em Belém. Uma contradição gritante, considerando o discurso oficial de compromisso com a preservação da Amazônia e o enfrentamento da crise climática.

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Para piorar, as emendas parlamentares destinadas à área também sofreram um duro golpe, despencando de R$ 69,9 milhões em 2024 para R$ 39,1 milhões em 2025. Dados do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) apontam um cenário de “estrangulamento financeiro”, corroborado pelo próprio Congresso Nacional.

Em nota, os ministérios envolvidos garantiram que continuam comprometidos com ações climáticas, mas o corte orçamentário fala por si. Enquanto a Amazônia arde, o Pantanal seca e cidades inteiras são devastadas por enchentes, o governo, que tanto se diz preocupado com o clima, opta por apertar ainda mais o cinto de um setor vital.

Resta saber como o Brasil pretende justificar esse paradoxo na COP30, onde líderes globais estarão atentos aos exemplos dados pelo anfitrião. Afinal, falar de crise climática é importante, mas agir contra ela — ou ao menos não cortar verbas — seria ainda mais convincente.

FONTE/CRÉDITOS: Agência 2CNews

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