O governo federal amargou uma derrota emblemática na noite desta sexta-feira (20), quando o Senado Federal concluiu a votação do Projeto de Lei 4.614/2024, que incluía um polêmico pacote de cortes de gastos. A tentativa de mexer no Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), essencial para a manutenção da segurança pública, saúde e educação na capital, foi barrada, evidenciando a força política da bancada do DF e, em especial, da vice-governadora Celina Leão, apelidada com razão de “a leoa” pela firmeza em defesa dos interesses do Distrito Federal.
A proposta inicial do governo Lula pretendia trocar o índice de reajuste anual do fundo, atualmente baseado na Receita Corrente Líquida (RCL), para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Na prática, isso significaria menos recursos para Brasília, em uma redução drástica que impactaria diretamente os serviços essenciais da cidade.
A jogada do governo federal foi interpretada como uma tentativa política de enfraquecer o Distrito Federal, uma região que historicamente mantém certa autonomia e destaque. O movimento encontrou forte resistência no Congresso, especialmente na Câmara dos Deputados, onde o artigo que alterava o cálculo do FCDF foi excluído do texto final graças a uma articulação coordenada pela bancada do DF.
O governador Ibaneis Rocha e a vice-governadora Celina Leão não mediram esforços para barrar a proposta. Enquanto Ibaneis adotou uma postura estratégica, Celina Leão liderou pessoalmente a mobilização no Congresso, fazendo jus ao apelido de “leoa” ao rugir alto em defesa do FCDF. “Brasília não pode ser tratada como moeda de troca. O fundo é vital para a cidade, e essa tentativa de corte era injustificável”, destacou Celina após a vitória.
Essa derrota de Lula reforça a desorganização política em torno da proposta, que careceu de diálogo e enfrentou ampla rejeição, inclusive entre aliados. Para o Distrito Federal, o resultado é um alívio: o FCDF permanece intacto, assegurando recursos essenciais para o desenvolvimento da capital.
A batalha, no entanto, deixa lições sobre a necessidade de vigilância constante frente a medidas que possam colocar em risco a autonomia e o bem-estar de Brasília. Com essa vitória, Celina Leão reafirma sua força como uma liderança de peso no cenário político nacional, enquanto o governo federal sai com mais uma marca de desgaste em sua tentativa de ajustar contas às custas da capital do país.