O Brasil tem a chance de reduzir o Custo Brasil em até R$ 530 bilhões até 2035, caso implemente seis iniciativas consideradas prioritárias nas áreas de infraestrutura, energia, tecnologia e tributos. As projeções, divulgadas nesta quarta-feira (27) pelo Observatório do Custo Brasil, apontam que ações como ampliação da matriz logística, simplificação tributária e acesso à energia elétrica competitiva têm potencial de transformar o ambiente de negócios no país. Entre 2021 e 2023, o impacto positivo dessas medidas já gerou uma redução de R$ 86,71 bilhões nas despesas adicionais enfrentadas pelas empresas.
O maior potencial de impacto está na diversificação da matriz logística, com possibilidade de redução de R$ 224,76 bilhões, e no acesso à energia elétrica competitiva, estimado em R$ 121,3 bilhões. No caso da energia, o Observatório destacou a importância do Projeto de Lei 414/2021, que prevê expandir o mercado livre e modernizar a regulamentação do setor. Já a simplificação tributária pode cortar R$ 30,9 bilhões do Custo Brasil, reduzindo em até 600 horas anuais o tempo dedicado pelas empresas ao cumprimento de obrigações fiscais.
A expansão da banda larga e a modernização do setor elétrico já começaram a apresentar resultados. A diferença entre a densidade de acessos à internet no Brasil e nos países da OCDE caiu 14% entre 2021 e 2023, economizando R$ 5,76 bilhões. O objetivo, segundo o Observatório, é atingir 77 acessos por 100 habitantes, o que liberaria mais R$ 69,26 bilhões no potencial total da iniciativa. Além disso, projetos voltados ao mercado de gás natural e ao crédito empresarial também foram elencados como estratégicos para a competitividade.
Segundo Andrea Macera, secretária de Competitividade do MDIC, o Observatório mapeou 21 projetos correlatos que integram o plano de ação. O vice-presidente Geraldo Alckmin destacou que a agenda de competitividade foi construída após ampla consulta ao setor produtivo. “Identificamos as principais queixas e agora estamos avançando com medidas concretas para melhorar a percepção do investidor sobre o ambiente de negócios no Brasil”, afirmou. O Observatório servirá como uma ferramenta para monitorar os avanços e projetar os impactos das reformas ao longo dos próximos anos.