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Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2025

Saúde

Crescimento de médicos no Brasil ainda está abaixo da média global

Má distribuição e número insuficiente de profissionais comprometem a saúde pública no País

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Por Jornal 2CNews
Crescimento de médicos no Brasil ainda está abaixo da média global
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O Brasil experimentou um crescimento significativo no número de médicos nos últimos anos, conforme revela a Síntese dos Indicadores Sociais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quarta-feira (4). Em 2023, o país registrou 502,6 mil médicos, representando um aumento de 23,6% em comparação a 2019. Esse crescimento ocorre após um aumento de 16,4% entre 2015 e 2019, o que reflete uma expansão considerável na formação de novos profissionais da saúde. No entanto, apesar dessa melhoria, o número de médicos ainda é consideravelmente abaixo da média de países mais desenvolvidos, como Portugal e Espanha, e também inferior à Argentina.

O Brasil possui uma média de 24 médicos para cada 10 mil habitantes, uma taxa que fica aquém de nações como Portugal (57,7), Espanha (44,8) e até mesmo a Argentina (40,8). Embora a quantidade de médicos tenha aumentado, a desigualdade na distribuição entre as regiões do país continua a ser um grande desafio. A maioria dos médicos brasileiros – 358,9 mil – atua no Sistema Único de Saúde (SUS), mas o maior crescimento tem sido registrado entre aqueles que trabalham no setor privado. A desigualdade regional é um fator agravante, com uma concentração significativa de médicos no Sudeste e escassez nas regiões Norte e Nordeste.

O estudo do IBGE aponta que, para que todas as regiões do Brasil atinjam a média nacional de 24 médicos por 10 mil habitantes, seria necessário redistribuir 64 mil profissionais de forma mais equitativa. Esse número é superior ao de 2019, quando 56 mil médicos precisavam ser deslocados para corrigir as disparidades regionais. Clician Oliveira, uma das autoras do levantamento, destaca que a desigualdade entre as regiões ainda persiste e, de fato, vem aumentando nos últimos anos, o que impacta diretamente a qualidade da assistência à saúde em áreas menos favorecidas.

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Além do aumento no número de médicos, o IBGE também registrou um crescimento significativo nas categorias de enfermeiros e técnicos de enfermagem. A quantidade de enfermeiros saltou 39,2% entre 2019 e 2023, passando de 260,9 mil para 363,1 mil. Já os técnicos de enfermagem cresceram 26,9%, totalizando 952,6 mil profissionais. O aumento desses profissionais, especialmente durante a pandemia, indica um esforço para suprir as deficiências na infraestrutura de saúde, mas a falta de médicos e a desigualdade na distribuição continuam sendo desafios que precisam ser superados para garantir o acesso igualitário aos cuidados de saúde em todo o Brasil.

FONTE/CRÉDITOS: Agência 2CNews

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