Na manhã deste domingo (13), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi submetido a uma cirurgia de desobstrução intestinal no Hospital DF Star, em Brasília. O procedimento é mais um capítulo das consequências da facada que sofreu em 6 de setembro de 2018, durante a campanha eleitoral. Quase sete anos depois, o Brasil ainda não sabe quem mandou matar Bolsonaro.
Internado após fortes dores abdominais, Jair Bolsonaro precisou ser levado de helicóptero a um hospital em Natal (RN) na última sexta-feira (11), durante um evento do PL. No sábado (12), foi transferido para a capital federal em uma aeronave com UTI aérea. Segundo boletim médico divulgado neste domingo, a cirurgia foi necessária após exames apontarem a persistência do quadro de suboclusão intestinal, mesmo com as tentativas de tratamento clínico.
A equipe médica optou por uma laparotomia exploradora – técnica invasiva que permite acessar diretamente os órgãos internos – para tratar aderências intestinais e reconstruir parte da parede abdominal. O procedimento é considerado complexo, especialmente em pacientes que já passaram por várias cirurgias na região.
Desde o atentado de 2018, quando foi esfaqueado por Adélio Bispo durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG), Bolsonaro já se submeteu a pelo menos cinco intervenções cirúrgicas no abdômen. O atual quadro, de acordo com o cirurgião Cláudio Birolini, é um dos mais graves desde o episódio que quase lhe tirou a vida.
Em mensagem publicada nas redes sociais no sábado, o ex-presidente declarou estar estável, cercado por uma equipe médica competente, mas reconheceu a gravidade da situação. “Passamos a vida prontos pra qualquer batalha: política, jurídica, eleitoral, física até... Mas às vezes o que nos derruba não é o inimigo de fora, é o nosso próprio corpo”, escreveu.
Apesar da prisão de Adélio Bispo, que foi considerado inimputável por transtornos mentais, o caso da facada nunca foi totalmente encerrado. Diversas perguntas seguem sem resposta. A principal delas ainda ecoa no cenário político e jurídico nacional: quem mandou matar Bolsonaro?
Enquanto a saúde do ex-presidente mais uma vez depende de bisturis e salas de cirurgia, a ferida política do atentado continua aberta. E, passados quase sete anos, a falta de respostas sobre os bastidores do crime segue como um dos capítulos mais obscuros da história recente do Brasil.