Durante a cúpula conservadora CPAC, realizada nesta quarta-feira (4) em Buenos Aires, o ex-presidente Jair Bolsonaro agradeceu ao presidente argentino Javier Milei por abrigar brasileiros condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília, ocorridos em 8 de janeiro de 2023. Em vídeo exibido no evento, Bolsonaro afirmou que os "brasileiros de bem" não esquecerão a atitude de Milei, referindo-se a eles como "condenados politicamente" e "refugiados".
Bolsonaro também rejeitou as acusações de que teria tido participação em um plano golpista para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, suas ações no final de 2022 foram direcionadas apenas a pressionar a Justiça Eleitoral sobre supostas "incongruências". A declaração surge após investigações da Polícia Federal que apontaram sua ligação com tentativas de interferência no processo democrático.
A conferência contou com a participação de diversas figuras do conservadorismo global, como Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, representado por membros de sua família e aliados, e Santiago Abascal, líder do partido espanhol Vox. Em um vídeo enviado ao evento, o estrategista Steve Bannon destacou o papel de Milei como protagonista do conservadorismo na América do Sul. Esta é a primeira edição da CPAC realizada na Argentina, reforçando a internacionalização do evento iniciado com a ascensão de Trump.
A Argentina se tornou um destino estratégico para alguns dos investigados pelos atos de 8 de janeiro em Brasília. Em novembro, a Justiça argentina autorizou a prisão de 61 brasileiros com pedidos de extradição em andamento. Enquanto isso, Milei, eleito recentemente, consolidou seu protagonismo ao participar ativamente da cúpula, culminando em um discurso de encerramento, reforçando seu alinhamento com líderes conservadores internacionais.