O Banco Central (BC) decidiu, nesta terça-feira (12), elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, fixando-a em 12,25% ao ano. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), unânime, surpreendeu o mercado financeiro, que previa um aumento de 0,75 ponto. O BC justificou a medida como resposta às incertezas geradas por fatores externos e pelo pacote fiscal do governo, que impactaram a percepção de risco dos agentes econômicos.
No comunicado, o Copom destacou a deterioração das expectativas de inflação e o efeito do câmbio sobre os preços, sinalizando novas elevações de 1 ponto nas reuniões de janeiro e março, sob a gestão do futuro presidente do BC, Gabriel Galípolo. O movimento ocorre em meio à desaceleração do IPCA, que caiu para 0,39% em novembro, mas ainda acumula alta de 4,87% nos últimos 12 meses, acima da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Com juros mais altos, o BC busca conter o consumo e segurar a inflação, embora encareça o crédito e impacte a economia. Analistas veem o ciclo de aperto monetário como um desafio para o crescimento, enquanto o mercado já prevê inflação acima da meta para 2024 e um cenário de maior pressão sobre os preços devido à alta do dólar e à seca prolongada.